quarta-feira, 2 de setembro de 2009

A medicina que abre portas


A medicina proporciona muitas alegrias na vida de quem têm a oportunidade de estuda-la, entre tudo o que dia e noite é comentado pelos meios de comunicação, cuidar de pessoas e salvar vidas, existem muitas outras portas que são abertas, muitas oportunidades, de conhecer pessoas formidáveis, assistir aulas sensacionais, e nesses seis anos aprendi muito sobre medicina, sobre a vida e as pessoas. Entre outras coisas, participei do coral da faculdade, e nesses anos de cantoria, fiz apresentações em muitos eventos, entre eles tive a oportunidade de assistir uma palestra com o ginecologista Eliano Pellini, sobre as mulher do seculo 21, foi uma verdadeira viagem pelo mundo feminino, é uma oportunidade de saber o que as mulher sentem, os conflitos de ser mulher no nosso tempo, e as mudanças que elas foram submetidas ou se submeteram nesse tempo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Epidemia Midiática


A saúde no Brasil está em costante crise, não é novidade pra ninguém. Agora têm a gripe suína que assombra as pessoas. Não por seu famigerado poder “assassino”, mas pelo perigo falso que a mídia implantou nas pessoas, que atrás de audiência, começou a contar os números de óbitos decorrentes da nova gripe. Estudando sobre o assunto comparei os números de óbitos decorrentes de gripe , e comparei ao mesmo período do ano passado, e como esperava não teve diferença na mortalidade. Com isso não quero que as pessoas deixem de se proteger diante da gripe, mas quero atentar para as nossas velhas e conhecidas doenças verdadeiramente perigosas do Brasil, que todo mundo esquece: tuberculose, malária, dengue, as doenças gestacionais (pré eclampsia, diabetes gestacional ...) e tantas outras que são esquecidas. Chega a ser irônico ver pessoas sem dinheiro pra comer comprando álcool gel e máscara, ironia sem graça nenhuma. Me pergunto até quanto as notícias midiáticas são benéficas, porque dia e noite vemos explicações por todos os meios de comunicaçao, porém muito mal interpretadas pelas pessoas, uma notícia no fantástico (com meu grande ídolo Drauzio) é quase um alarme nacional, e segunda de manhã vemos um grande corre corre desesperado por emergências hospitalares, e pessoas atrás de diagnóstico para suas doenças fastasiosas. Queria mesmo uma boa reportagens sobre os bons, velhos e infelizmente esquecidos postinhos de saúde, oitenta por cento das doenças que hoje chegam a um pronto socorro poderiam ser resolvidas lá, e as dúvidas poderiam ser explicadas lá, por um médico próximo a comunidade, na linguagem de sua comnidade.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Envelhecimento (Oral presentation - brasas)



Hoje o Brasil passa por uma mudança na sua pirâmide etária, onde há um envelhecimento da população. Cada vez econtraremos mais idosos no nosso dia dia, hoje são 14,5 milhoes de idosos no pais, em 2020 haverão 30 milhões de idosos no Brasil e a expectativa de vida será 70 anos. E assim haverá uma mudança da nossa visão em relação ao envelhecimento, e a sociedade precisará se adaptar para dar a assistência tanto a saúde como nas relações sociais com esses idosos.



O ser humano vive em um embate constante com o tempo, que cada vez se agrava mais, a busca de cada vez precisar de mais tempo, com o paradoxo da sensação de que cada vez o tempo passa mais rápido, nos leva a pensar que a vida passou e não tivemos tempo de fazer o que queríamos. O envelhecimento físico também nos traz o conflito de cada vez chegarmos mais perto da morte, e leva as pessoas a se entristecerem, e perderem a vontade de viver.








Podemos perceber que algumas pessoas envelhecem com mais saúde, mantendo qualidade de vida, e são capazes de se relacionar melhor em sociedade, em constante reciclagem, e desenvolvendo-se como pessoa. Em minha definição são pessoas capazes de controlar o tempo, porque adquiriram um modo de vida que proporcionou eles a continuarem jovens após os 60.







A sexualidade é um caminho para a fonte da juventude, porem é uma questão delicada, envolvida por mitos e preconceitos, e abandonada pela área da saúde quando precisamos dar suporte e orientar os idosos.










Temos que nos conscientizar que acabou os tempos do vovô e da vovó sentados no sofá assistindo televisão e fazendo tricô.









Estamos na era do Viagra e da reposição hormonal, onde todos são potenciais apreciadores e merecedores de sexo em qualquer idade, porém estamos na era da AIDS, e assim suscetíveis a doença. E a realidade é que o numero de idosos com HIV deu um verdadeiro salto após o inicio da comercialização do Viagra, e a uma dificuldade pelo ministério da saúde de conscientizar os idosos da necessidade dos preservativos, pela grande resistência desses. A família é outro impasse quando se fala de idoso e sexo, há uma cobrança dos filhos para que o pai ou a mãe não tenha um novo parceiro, e assim fique abstêmio caso o parceiro faleça.








A sexualidade é importante para a auto-estima do idoso e reafirma sua identidade, provoca a vaidade, aguçando a vontade de experimentar sentimentos como o amor, o ciúme, ou simplesmente o prazer sexual, o que vai incentivar a vontade de se manter em forma, saudável, sair para dançar, e se interar das novidades do mundo, para se mostrar interessante ao outro. E assim a sexualidade reflete na saúde mental e física do idoso.






A tecnologia é outro instrumento que pode ser usada a favor dos idosos, mas as vezes exclui pela não interação deles com a modernização, nós mesmos por preconceito desvinculamos essas pessoas do mundo virtual, e é engraçado pensarmos que um idoso namora pela internet, ou tem Orkut, mas isso é cada vez mais freqüente. Como é o caso do meu avô, que tem Orkut, está constantemente querendo aprender sobre como navegar na internet, e isso abriu portas para o convívio social dele. Ele é o idoso do futuro, é extremamente ativo, joga 3 horas de tênis todos os dias, está engajado no Rotary, sai com minha avó para bailes...







Hoje o governo elabora medidas políticas para assistência ao idoso, como o estatuto do idoso, com o intuito de protegê-los. Mas se refletirmos, ter a necessidade de se fazer um estatuto para proteger idosos, representa que o respeito ao idoso não é cultural em nosso país, e cada dia mais vemos o desrespeito sofridos por eles, abandonados em hospitais e abrigos. Apesar disso um estudo mostrou que os nossos idosos tem ainda menos depressão que idosos de países desenvolvidos, por essa estrutura familiar onde todos da família vivem na mesma casa, assim como de países orientais onde a estrutura familiar é suportada pelo idoso da casa. Esse suporte familiar será cada vez mais importante, em vista desse sistema de previdência falido que o país apresenta hoje. Então seria de bom senso ensinar aos jovens que a responsabilidade de cuidar dos idosos é deles.



Envelhecer é um processo além do desgaste físico que ocorre com o tempo. Saber envelhecer com saúde, preservando a mente, sem perder esperanças e alegria em buscar novas experiências e sensações.
E ainda bem que, personalidades, intelectuais, políticos, artistas, com mais de 60 anos, aparecem na mídia, contradizendo arcaicos estereótipos ao demonstrarem inteligência, versatilidade, perspicácia, audácia, boa forma, bom humor, dentre outras características, mostrando que também na terceira idade podem ser produtivos. E, isso acaba por transformar também o idoso comum. Ele vai se sentir estimulado a também procurar aperfeiçoar suas relações interpessoais.
Exemplificando o que quero dizer com se sentir jovem, meu avô falou: “sua avó está ficando velha”, minha avó tem 82 anos, para mim ela já é velha, mas para ele velho é alguém debilitado. Ele não vê o envelhecimento, dessa forma limitada como nos é imposta.
Vou terminar com um trecho de uma música, que diz “quantos anos você teria, se não soubesse quantos anos têm?”, porque a verdade é que nós marcamos o tempo de vida, mas quem disse que temos que marcar? Sentir-se jovem é mais importante que ser jovem.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Formatura - agradecimento


Aos meus pais, a quem serei eternamente grato, por deixarem de lado suas vidas, e terem feito o impossível pelo meu sonho.
É um grande privilégio ter pais tão especiais.
A Bia minha melhor amiga, a Cinara meu amor, aos meus avós, tios, primos e amigos. É muito bom saber que pude dividir com vocês as minhas dificuldades, e agora posso dividir essa alegria.
Agradeço a compreensão da minha família pela ausência, e a Deus por tê-los colocado na minha vida.
Acredito que estamos no caminho do sucesso.
Amo a todos.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A medicina e suas adversidades




Antes de fazer medicina, eu achava que o fato de lidar com a morte seria muito difícil, aos poucos descobri que teria maior dificuldade na relação do paciente com suas doenças e medos. Esse contato que temos com a morte, não nos dá tempo para refletirmos sobre ela quando estamos no corre-corre de um pronto socorro.
A oncologia, uma especialidade que em minha opinião seria a mais traumatizante, não foi a que mais me surpreendeu nesse aspecto, vi no ambulatório de oncologia fatos que eram completamente diferentes do meu conceito prévio, conheci pacientes esperançosos, muitos com possibilidade de cura, também vi a oportunidade de dar conforto para os pacientes terminais, tanto com analgésicos quanto com o privilegio de estar com a família nos últimos dias.
Especialidade corajosa é a infectologia. Quando fui apresentado a um serviço de pacientes portadores de HIV me deparei com pacientes carentes, que foram abandonados por suas famílias. Vi que o pior na doença é o preconceito misturado a solidão, e a sensação de culpa dos pacientes, o que não é verdade, porque o fato de não terem se protegido envolve uma complexa questão social, e as vezes envolve uma historia de amor onde apenas confiaram nas pessoas que amavam. Entre os homossexuais, os parceiros (“traidores”) eram as únicas pessoas com quem eles poderiam contar, porque se a família já tinha preconceito pela opção sexual, após a doença a relação familiar piorava. Em uma de minhas visitas ao serviço, fazendo o exame de um paciente homossexual, de uns 30 anos, que tinha acabado de ter a noticia de sua doença, indaguei-o sobre o uso de drogas, ele ainda com raiva de seu parceiro me respondeu “doutor a única droga que eu fiz foi ter relação sem camisinha”, o que me chocou foi o conflito de amor e ódio do paciente com seu parceiro, a pessoa com quem ele mais queria estar naquele momento, era o responsável por sua doença.
Depois disso passei a ver com outros olhos aquela cena de uma família em volta do leito de um paciente terminal, que não deixa de ser triste, mas é um ambiente onde há amor.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cafezinho e Medicina






Descobri na faculdade que o trabalho de equipe é essencial tanto para o paciente, quanto para nós internos. Para ficarmos no hospital o maximo de tempo possivel, é necessario haver um ambiente agradavel. É muito prazeroso fazer amigos e comemorar com eles, mesmo dentro de um hospital. São fatos que a medicina me proporciona, e me faz ter mais certeza da minha escolha, saber que trabalho com profissionais competentes e humanos.

domingo, 19 de outubro de 2008

Dia de milagre


Segunda feira estava no internato quando observei uma movimentaçao em uma sala do centro cirurgico, onde acontecia uma cesariana. Aproximei-me da sala onde tres obstetras tentavam conter um sangramento abundante.
Essa paciente tinha uma historia bem interessante, tratava-se de uma paciente psiquiatrica, que nao tinha realizado pre natal, e para surpresa das obstetras tratava-se de uma gravidez ectopica abdominal com rn de trinta semanas, e a placenta estava implantada entre as alças intestinais, na cavidade abdominal. Após retirar o rn, e parte da placenta, a doutora encontrou o utero da parturiente ileso.
Apos diversas tentativa de coagulaçao eletrica, por compressao (no minimo quarenta compressas) e ligadura com fio de algodao, e a intervençao de tres cirurgioes gerais, chegou-se a conclusao que deveria-se colocar compressas na cavidade abdominal e fechar a cavidade.
Uma observaçao importate é que nesse hospital não há banco de sangue, e no momento de fechar a cavidade, o hemograma colhido mostrava hematocrito de 10% (o normal é 40%), ou seja, a paciente praticamente nao tinha sague.
Por um milagre, um paciente que acabara de falecer em outra sala, não usou duas bolsas de sangue que haviam sido encomendadas para ele, e conhecidentemente tinha o mesmo tipo sanguineo da paciente.
O fim dessa dramatica historia é surpreendente, a mãe foi reoperada, e ela e o filho, dois dias apos o ocorrido, passam bem.