quinta-feira, 6 de novembro de 2008

A medicina e suas adversidades




Antes de fazer medicina, eu achava que o fato de lidar com a morte seria muito difícil, aos poucos descobri que teria maior dificuldade na relação do paciente com suas doenças e medos. Esse contato que temos com a morte, não nos dá tempo para refletirmos sobre ela quando estamos no corre-corre de um pronto socorro.
A oncologia, uma especialidade que em minha opinião seria a mais traumatizante, não foi a que mais me surpreendeu nesse aspecto, vi no ambulatório de oncologia fatos que eram completamente diferentes do meu conceito prévio, conheci pacientes esperançosos, muitos com possibilidade de cura, também vi a oportunidade de dar conforto para os pacientes terminais, tanto com analgésicos quanto com o privilegio de estar com a família nos últimos dias.
Especialidade corajosa é a infectologia. Quando fui apresentado a um serviço de pacientes portadores de HIV me deparei com pacientes carentes, que foram abandonados por suas famílias. Vi que o pior na doença é o preconceito misturado a solidão, e a sensação de culpa dos pacientes, o que não é verdade, porque o fato de não terem se protegido envolve uma complexa questão social, e as vezes envolve uma historia de amor onde apenas confiaram nas pessoas que amavam. Entre os homossexuais, os parceiros (“traidores”) eram as únicas pessoas com quem eles poderiam contar, porque se a família já tinha preconceito pela opção sexual, após a doença a relação familiar piorava. Em uma de minhas visitas ao serviço, fazendo o exame de um paciente homossexual, de uns 30 anos, que tinha acabado de ter a noticia de sua doença, indaguei-o sobre o uso de drogas, ele ainda com raiva de seu parceiro me respondeu “doutor a única droga que eu fiz foi ter relação sem camisinha”, o que me chocou foi o conflito de amor e ódio do paciente com seu parceiro, a pessoa com quem ele mais queria estar naquele momento, era o responsável por sua doença.
Depois disso passei a ver com outros olhos aquela cena de uma família em volta do leito de um paciente terminal, que não deixa de ser triste, mas é um ambiente onde há amor.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Cafezinho e Medicina






Descobri na faculdade que o trabalho de equipe é essencial tanto para o paciente, quanto para nós internos. Para ficarmos no hospital o maximo de tempo possivel, é necessario haver um ambiente agradavel. É muito prazeroso fazer amigos e comemorar com eles, mesmo dentro de um hospital. São fatos que a medicina me proporciona, e me faz ter mais certeza da minha escolha, saber que trabalho com profissionais competentes e humanos.

domingo, 19 de outubro de 2008

Dia de milagre


Segunda feira estava no internato quando observei uma movimentaçao em uma sala do centro cirurgico, onde acontecia uma cesariana. Aproximei-me da sala onde tres obstetras tentavam conter um sangramento abundante.
Essa paciente tinha uma historia bem interessante, tratava-se de uma paciente psiquiatrica, que nao tinha realizado pre natal, e para surpresa das obstetras tratava-se de uma gravidez ectopica abdominal com rn de trinta semanas, e a placenta estava implantada entre as alças intestinais, na cavidade abdominal. Após retirar o rn, e parte da placenta, a doutora encontrou o utero da parturiente ileso.
Apos diversas tentativa de coagulaçao eletrica, por compressao (no minimo quarenta compressas) e ligadura com fio de algodao, e a intervençao de tres cirurgioes gerais, chegou-se a conclusao que deveria-se colocar compressas na cavidade abdominal e fechar a cavidade.
Uma observaçao importate é que nesse hospital não há banco de sangue, e no momento de fechar a cavidade, o hemograma colhido mostrava hematocrito de 10% (o normal é 40%), ou seja, a paciente praticamente nao tinha sague.
Por um milagre, um paciente que acabara de falecer em outra sala, não usou duas bolsas de sangue que haviam sido encomendadas para ele, e conhecidentemente tinha o mesmo tipo sanguineo da paciente.
O fim dessa dramatica historia é surpreendente, a mãe foi reoperada, e ela e o filho, dois dias apos o ocorrido, passam bem.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Os Verdadeiros Medicos




Um grupo de artistas transformam o dia de dia dos hospitais. Os doutores da alegria são palhaços que usam o riso como remedio. Pacientes que esperam a cura em hospitais, nao apenas esperam, mas passam a viver. Os resultados sao fantasticos, alem de ter mais esperança, os pacientes passam a cooperar com a equipe medica."A melhor conduta para salvar uma vida, é colocar um nariz vermelho"